Num novo relatório, o Banco de Pagamentos Internacionais argumenta que as moedas criptográficas têm uma grande desvantagem em comparação com o sistema financeiro tradicional. Como resultado, não podem possivelmente cumprir o papel de “dinheiro”.
https://youtu.be/Ex9x8XN68cw
Fragmentação na paisagem criptográfica
Num novo documento, um “boletim”, o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) examinou de perto as moedas criptográficas. O boletim pergunta se as moedas criptográficas podem desempenhar o papel de um meio de pagamento.
A resposta, não surpreendentemente, é que é impossível. O mercado de moedas criptográficas é altamente fragmentado, de acordo com os investigadores do BIS. Como resultado, o efeito de rede é insuficiente para desempenhar o papel de meio de pagamento geralmente aceite.
https://twitter.com/Crypto_Believer/status/1405086457249910784
“A fragmentação da paisagem criptográfica está em forte contraste com as redes tradicionais (de pagamento), que beneficiam de fortes efeitos de rede. No sistema tradicional, quanto mais utilizadores uma determinada plataforma atrai, mais atraente se torna para os novos utilizadores a adesão a essa plataforma, criando um círculo ‘virtuoso'”, afirma o boletim.
Como exemplo de tal ‘círculo virtuoso’, ou em melhores palavras: espiral ascendente, é citada a empresa brasileira Pix. Num curto espaço de tempo, 114 milhões de pessoas (67% da população adulta) utilizaram este serviço do banco central brasileiro, que é semelhante ao nosso iDeal.
Confiar no fiat money
Existem demasiadas cadeias de bloqueio de camada 1 diferentes, tais como Ethereum, Binance e Solana, para ter este efeito. A solução de utilizar diferentes moedas criptográficas ao lado e através umas das outras através de pontes de cadeia cruzada envolve demasiados riscos de segurança, de acordo com os investigadores.
A conclusão tirada pelo BIS é que existem demasiadas moedas criptográficas para lhes permitir cumprir o papel de meio de pagamento.
“Olhando para o futuro, há mais potencial de inovação que se baseia na confiança em moedas soberanas”, conclui o relatório.
É impressionante que o boletim não considere o bitcoin. Embora seja interessante testá-lo quanto a propriedades que sirvam de camada de base para pagamentos no futuro. Deixá-lo de fora significa perder 47,2% de todas as moedas criptográficas e quase 600 mil milhões de dólares em capitalização de mercado.